quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sonho? Realidade? O que é afinal?

Um dia parei no meio da rua! Essa rua era-me tão familiar.
Porque? Eu não tinha a certeza de onde estava.
Sabia apenas que aquele parecia ser um local agradável.

Oiço vozes, sinto cheiro. O meu corpo recebe novas ondas de calor.
Fecho os olhos e perco-me nos meus pensamentos.
Os pensamentos são tão luminosos
Faço um esforço para conseguir ver mais além, mas nada existe
Apenas um belo e agradável vazio.

Onde se meteram as nuvens negras que me perseguiram?
Será que as mandei embora?
Será apenas mais uma partida?

Volto a ouvir as vozes. Fazem eco fora da minha cabeça.
Começo a tomar atenção a algumas.
Começo a ver a claridade a dissipar
Entro em pânico. E simplesmente do nada volto a respirar

O que foi este período?
Terá sido apenas um sonho?
Terá sido a vida a dizer-me que tenho de me mexer?
Ou será que começou a contagem final?

Quando abro finalmente os olhos vejo coisas.
Quem é esta gente?
“Larguem-me, quero-vos longe de mim.”
Porque será que não me dão ouvidos?

Sinto-me a arder. O corpo não reage a qualquer tipo de estímulo.
Quero fugir para longe destas criaturas.
Mas sou demasiado pequeno para fugir.
Desejo ter o poder para escolher voltar para o local luminoso.
Mas quando mais penso nisso menos vejo.
Começo a perder forças. Começo a desistir.

Olho uma última vez para eles.
O olhar deles reflecte uma perplexidade inconfundível.
Reconheço o olhar mas não a cara. Tento focar antes de apagar a luz.

Mas de repente percebo tudo. Estes são quem me apoia.
Estes estranhos são as pessoas que mais amo.
São aqueles que desprezo com facilidade só porque sei que estão lá.
Sinto uma pressão no peito e começo a chorar.

As lágrimas tocam na minha pele como chamas.
Magoam-me por dentro e desfazem tudo à sua passagem.
Tenho vontade de gritar mas a mordaça invisível impede-me.
Quero rasga-la e dizer-lhes que os amo antes que eles estejam longe demais.

Quando procuro por ajuda estou novamente no meio da rua.
Estou sozinho e chove.
Sabe bem a chuva a cair na minha cara.
O que foi isto que se passou?
Apenas um aviso que aqueles que amo podem desaparecer do nada?

Quando volto a mexer os pés reparo num pequeno papel branco.
Tem algo escrito: “Somos como oxigénio”

Finalmente percebo.
Este tempo todo estive apenas a rever a minha vida.
Ouvir coisas que disse e me disseram.
Sentir aromas tão conhecidos.

Agora sei o que se segue.
A minha vida tem um futuro e vocês são o que o fazem risonho.
Vocês vão fazê-lo brilhar como o sol num dia quente.
Vocês são aqueles estranhos conhecidos.
Aqueles que queria tocar nas tinha medo de ser repreendido.
São o meu mundo de luz.
São o meu oxigénio.
OBRIGADO por me deixarem respirar.

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